Quarto Escuro

Ontem, enquanto lia a Timeout, confrontei-me com a seguinte questão: "O que é um quarto escuro?" De imediato vieram-me à memória umas brincadeiras da fase da pré-adolescência em que, por ocasião da festa de anos de um colega de escola, se juntavam numa divisão da casa do anfitrião, rapazes de um lado e raparigas de outro. Apagava-se a luz e começava a descoberta (basicamente os rapazes apalpavam as raparigas, as raparigas fugiam a gritar e acendiam a luz).
Mas quando comecei a ler o artigo ( http://timeout.sapo.pt/news.asp?id_news=515) percebi que, apesar do conceito ser algo semelhante, esta nova versão está um pouco invertida, senão vejamos: "Trata-se, em regra, de uma sala toda pintada de preto, às escuras, apenas com luzes de presença, onde vão homens gays para terem sexo anónimo com desconhecidos ou recém-conhecidos."
Apesar de não ter preconceitos quanto à orientação sexual de cada um, dois elementos desta citação interpelam-me:

1. Para que servem as luzes de presença? Para não ficarmos entalados nalguma coisa?
2. Uma vez que só podem ir homens gay para terem sexo anónimo com desconhecidos, o que acontece se uma pessoa encontra lá alguém que conhece mas só de vista?

Deixo a resposta a estas interrogações para os comentários.

Só mais uma coisa: Se este é o ano europeu da igualdade de oportunidades para todos, e, imbuído no espírito da não discriminação e da paridade de direitos, exijo o financiamento público de quartos escuros onde homens heterossexuais (que apresentem atestado dessa situação) possam ter sexo anónimo, desinibido e isento de culpa, com mulheres conhecidas ou desconhecidas ( têm é que ser giras, os camafeus são barrados à porta, e não há desculpas como: "Ah e tal... aquilo é escuro não se vê").

RC